top of page

A difícil barreira etnocêntrica que precisamos ultrapassar no contato com os indígenas


David­ Karai Popygua (liderança guarani de São Paulo)

Em primeiro lugar, antes de falarmos de nosso diálogo e relacionamento com os povos indígenas brasileiros, precisamos dizer que é preciso problematizar o que seria "civilização". Dependendo do conceito que se tenha, não é correto dizer que civilizações avançadas não prosperaram entre nossos índios. Mesmo porque mal conhecemos a história de nossos índios ainda. O que se sabe é que, na calha do rio Amazonas, havia sim, no tempo do contato, verdadeiras cidades, com estruturas sociais complexas, que foram destruídas pelo contato com os colonizadores (entre outras razões, por causa das doenças que dizimaram grande parte da população).

Por outro lado, a arqueologia, aos poucos, vai desenterrando toda uma história soterrada, tanto na Amazônia, quanto em outras partes do país, mostrando uma história desconhecida. Por exemplo, no território do atual Parque do Xingu, havia cidades do povo Cuicuro que chegavam a abrigar até 30 mil habitantes e estas cidades eram interligadas umas às outras por estradas.

Além disso, mal conhecemos a história da família tupi-guarani e suas relações, por exemplo, com o Império Inca; mas já sabemos que havia estradas que interligavam o litoral de São Paulo até o Império Inca: o Peabiru.


Sobre o conceito de que os nossos povos indígenas tinham uma agricultura "rudimentar" é altamente questionável quem ainda faz tais afirmações. A agricultura itinerante tupi-guarani podia ser tudo, menos "rudimentar". Ao contrário, era e ainda é bem complexa e adaptada às condições ambientais (em muitos aspectos, é mais avançada do que o que se pratica por meio da agroecologia, que tem muito o que aprender ainda com as pesquisas neste campo).

Sobre os sistemas de escritas e de contagem, é preciso tomar cuidado com estas afirmações porque ainda não temos indícios de que os nossos povos indígenas realmente não tinham nada parecido com isto. Até recentemente, dizia-se que os Maias não tinham escrita também até que se conseguiu entender que eles tinham sim um sistema de escrita que se expressava por meio de ideogramas (hoje já se conseguiu até decifrar esta escrita e podemos ler textos escritos pelos Maias antigos, desmentindo claramente os preconceitos que se tinha sobre eles). Também se afirmava que os incas não tinham escrita, mas hoje já se sabe que isto é falso e estamos a ponto de conseguir decifrar a escrita inca e seu sistema de contagem. Portanto, como podemos dizer que não havia nenhum tipo de notação escrita verbal e matemática entre nossos povos indígenas? Ainda há muito o que avançar para decifrar, por exemplo, os pictogramas inscritos em pedras, Brasil afora, deixados por povos indígenas há séculos (como os da Pedra do Ingá, na Paraíba).


Por isto é que digo que quanto mais avançamos no futuro, mais nos aproximamos do passado, de modo que creio que a história e o conhecimento sobre o passado dos nossos povos indígenas será melhor conhecida nas décadas que se seguem neste novo século. Muita coisa sequer sonhada, será descoberta, às vezes por acaso, às vezes por avanços em metodologias de pesquisas que ainda nem existem, às vezes por causa do avanço nos aparelhamentos técnicos e mentais que ainda não temos.


O próprio estudo etnobotânico irá revelar muito do que ainda não sabemos sobre a riqueza da agricultura indígena brasileira.

Há muito preconceito a respeito de tudo em relação às tecnologias indígenas. Por exemplo, é preciso definir logo o que entendemos por tecnologia, que é simplesmente saber aplicado. Portanto, nada que ver somente com as tecnologias criadas com a Revolução Industrial, muito menos somente as tecnologias eletrônicas. São tecnologias, sim, mas do mesmo modo que o domínio do fogo é uma das primeiras tecnologias criadas pelos seres humanos. Afinal, conhecer o que comer, onde encontrar, o que caçar, como fazê-lo são tecnologias muito avançadas que nenhuma espécie animal foi capaz de criar melhor do que os homens (mas hoje já sabemos que os mamíferos e primatas superiores também criam e transmitem suas tecnologias de sobrevivência). Portanto, há que se problematizar muitos destes conceitos do século XIX que ainda continuam bem vivos até no meio acadêmico. Por exemplo, o de pensar a economia de modo bem simplista, a ponto de pensar que os povos indígenas não tinham nada parecido com sistema de trocas comerciais. O que é fácil de desmentir. Tinham sim e sabiam identificar um conceito bem abstrato que é a criação de valor, nas trocas materiais que faziam sim, entre povos. Estudos para aprofundar tais conhecimentos sobre a história dos povos indígenas e suas sociedades ainda precisam se desenvolver muito.

E preciso que se saiba que o "evolucionismo" cultural, teoria amplamente superada em qualquer das correntes da antropologia que se pratica hoje, desde o século XX, eram meras especulações completamente desprovidas de cientificidade. Por isto mesmo é que surgiu a pesquisa de campo na antropologia, estabelecendo a metodologia científica para a pesquisa do fenômeno cultural humano. Desde o começo, ficou claro que o método de abordagem do fenômeno humano não é o mesmo que a biologia emprega para seus estudos.



Portanto, é preciso muita desatualização em ciências humanas para usar os parâmetros de Darwin em pleno século XXI. Mesmo porque a teoria evolucionista, na biologia, não ficou parada em Darwin.


No caso da antropologia, é preciso conhecer os antropólogos Franz Boas e Malinowski, que são teóricos de duas correntes distintas da antropologia (o culturalismo e o funcionalismo); correntes que, embora divergentes em termos metodológicos, são convergentes quanto à visão crítica do evolucionismo social, também chamado de darwinismo social.


Falei da corrente culturalista, de Franz Boas e da corrente funcionalista, de Malinowski, mas não posso deixar de mencionar também a corrente funcional-estruturalista de Radcliff-Brown e o estruturalismo de Lévi-Strauss.

Há duas teorias mais conhecidas a respeito da origem dos povos ameríndios. Uma, a mais conhecida, é a que afirma que os ameríndios vieram da Ásia, passando pelo Estreito de Bering. Portanto, a origem é asiática e não por acaso o aspecto somático dos povos ameríndios é muito semelhante aos povos do Extremo Oriente, ou seja, cabelos pretos e lisos, olhos puxadinhos e negros. Outra teoria aponta que, além desta contribuição migratória que veio da Ásia via Estreito de Bering, há também uma migração polinésia (há evidências arqueológicas que comprovam ligações entre povos dos Andes e a polinésia).

Há uma terceira teoria, surgida no Brasil, que afirma que provavelmente houve também uma migração provinda da África. É o caso dos sítios arqueológicos que estão no Piauí, na Serra da Capivara. As evidências arqueológicas comprovam a presença humana ali há mais de cinquenta mil anos atrás.

Por outro lado, há a evidência do esqueleto da "Luzia" com seus caracteres mais parecidos com o dos povos africanos do que os da Ásia (ou, quem sabe, mais parecidos com os povos melanésios, tais como os de Nova Guiné ou da Austrália, os aborígenes). Ainda é necessário aprofundar mais pesquisas para sabermos, cada vez mais, sobre a história pregressa de nossos povos indígenas, especialmente nas origens mais remotas. Mas, é preciso deixar bem claro que não há hipótese científica séria que conceba a origem dos povos indígenas americanos na própria América.


Na verdade, a origem da espécie humana, desde o Australopithecus, está na África. O Homo Erectus é a primeira espécie a deixar a África, migrando para a Ásia e Europa. A espécie atual, Homo Sapiens, também originou-se na África e de lá saiu para os outros continentes.


Todas as raças atuais (e povos existentes em todas as partes do planeta) são da espécie Homo Sapiens.

Quando falamos de ciências humanas, não tratamos de meras opiniões pessoais. Ciência não se faz com base em opiniões, mas em metodologia de conhecimento da realidade maior que está muito além de nossa imaginação e subjetividade. Portanto, é preciso tomar muito cuidado com falsas discussões surgidas de opiniões que não estão fundamentadas em conhecimentos científicos objetivos. Muitas vezes digo para meus alunos, "é muita opinião para pouco conhecimento". Portanto, é importante conhecer primeiro, antes de sair por aí afirmando opiniões preconceituosas. Aliás, a melhor maneira de combater pré- conceitos, é com a difusão do conhecimento científico.


O conceito do que é "simples" e do que seria "avanço", se baseado nas tecnologias industriais criadas depois da Revolução Industrial, é muito questionado na antropologia e na história. É pela falta de conhecimento das tecnologias dos povos indígenas que se julgava que eles tinham "sociedades simples" (mas, na verdade, simples é esta maneira de conceber a história dos povos indígenas brasileiros; porque esta história é bem mais complexa do que se imagina dela, por desconhecimento)


A própria palavra "indústria" é uma palavra anterior à Revolução Industrial. Se Engels inventou esta expressão, "Revolução Industrial", é porque, na Inglaterra, nas décadas finais dos século XVIII estava acontecendo um processo de revolução no processo industrial. Portanto, não é que se estava criando a indústria, pela primeira vez; já que esta palavra também era usada anteriormente, desde a Idade Média. O que estava acontecendo era uma nova maneira de organização da indústria e novos equipamentos e máquinas estavam sendo inventados, aproveitando-se a força do vapor, para serem utilizados, de uma maneira nova na organização do processo industrial (porque era através de pessoas que tinham dinheiro, capital, que estavam investindo na própria organização da produção e em sua administração direta; por isto é que se fala que o capitalismo industrial estava nascendo). Ou seja, os artesãos que realizavam suas pequenas indústrias, de maneira mais limitada, em casa, ou em oficinas, estavam perdendo o controle do próprio processo de produção econômica para estes novos sujeitos e agentes econômicos que estavam revolucionando todo o processo de produção industrial inserindo os operários (não mais artesãos autônomos) em uma grande galpão sob o seu controle direto (controlavam tanto a matéria prima, quando os equipamentos de produção e o produto final que seria vendido ao mercado; obtendo dos trabalhadores apenas a força de trabalho necessária para a produção de um determinado produto).

Escrita inca

Portanto, se resgatarmos o conceito anterior de indústria, como empregado pela história e antropologia, veremos que os povos indígenas também tinham lá sua indústria (se entendida como confecção de objetos, instrumentos, coisas, artefatos diversos; tudo isto através de técnicas e tecnologias bem complexas se entendidas em seu contexto original).


É só tentar fazer uma ponta de flecha a partir de um pedaço de sílex, para ver se é fácil. É necessário muito conhecimento e muitas habilidades para fazer uma simples ponta de flecha com maestria. Portanto, não podemos desprezar estas tecnologias de antemão, como se não fossem tecnologias. Ou seja, nossos povos indígenas eram sim muito inteligentes e industriosos. Só que viviam em outro contexto sócio econômico e cultural, bem diferente dos europeus, quando foram contactados por eles.

Um conceito importante a ser aprendido por quem se interessa em estudar nossos povos indígenas (ou qualquer outro povo), é o de etnocentrismo. Isto é, todos os povos tendem a julgar os outros de acordo com seus próprios parâmetros culturais. Portanto, se queremos realizar um contato entre etnias diferentes, de modo mais diplomático, pelo menos, devemos cuidar de controlar nosso próprio etnocentrismo.


Mas estes são conceitos bem ocidentais e relativos à Idade Moderna da Europa. Ou seja, o de "civilização", o de "evolução", o de "indústria" e "tecnologias industriais" e o próprio conceito de "etnocentrismo" elaborado pela antropologia. Aliás, os artistas europeus do final do século XIX e XX ficaram fascinados pela arte africana (que, pelo critério "civilizatório" eurocêntrico da época, era considerada inferior) e dos povos tribais. É só estudar a obra de Picasso e Gauguin, por exemplo, sem falar em Van Gogh.

O conceito de ciência é sempre revisto, para o bem da ciência. Portanto, é preciso começar com o conceito original bem simples que está em sua raiz, pelo menos desde a Grécia Antiga, ou seja, ciência quer dizer conhecimento. Depois, com os filósofos pré socráticos veremos o conhecimento ganhar um grau sistemático e analítico, desprendendo-se racionalmente da mitologia. A partir daí, este conceito vai se desenvolvendo até chegar, com contribuições variadas provindas de vários povos e várias épocas, ao conceito mais recente, com sua refinação metodológica. Hoje, por exemplo, há um maior interesse em conhecer a contribuição chinesa para o conhecimento científico, desde remotas eras. Também interessa conhecer melhor a contribuição indiana. O que nos falta ainda é um melhor aprofundamento para compreender a contribuição dos povos ameríndios (que tinham conhecimentos científicos interessantes, por exemplo, a respeito da astronomia).


Por isto que a palavra civilização, às vezes, é problemática ao ser usada, porque, infelizmente, comporta tantas significações díspares (algumas delas altamente preconceituosas) que devemos, às vezes, evitar usá-la. Vem de um termo em latim que quer dizer cidade (civitas). Entretanto, o conceito de cidade, em si, no Mundo Antigo, era bem diferente do que entendemos hoje. As cidades do Crescente Fértil, no Oriente Médio, onde a civilização egípcia, babilônica e fenícia, por exemplo, nasceu, eram bem pequenas (com uma população de dois mil habitantes, por exemplo), muradas e sem as infraestruturas que estamos acostumados a pensar na urbanização atual. Por exemplo, a cidade do rei Davi, Yerushalaim, era um destes pequenos núcleos de uns dois mil habitantes, murado. Ela tem uns cinco mil anos de história contínua, pelo menos.

Sendo assim, as aldeias indígenas também podem ser consideradas cidades, porque tinham mais habitantes do que estas cidades da Idade Antiga, no Médio Oriente ou na Grécia Antiga. Na Grécia, eram chamadas, em língua grega, de Pólis (vem daí a palavra política). Geralmente, eram cidades fortificadas (para se proteger de ataques de inimigos externos e tinham uma população que não ultrapassava alguns milhares, ou centenas de pessoas apenas); mas nem sempre com o que vemos hoje, pedras (muitas vezes, eram protegidas por troncos, ou por tijolos de adobe, ou terra socada, taipa). Além disso, o campo continuava a ser a principal fonte de alimentos de modo que o trabalho econômico era feito fora dos muros das cidades e grande parte do tempo dos habitantes era dispendido fora dos muros da cidade, porque estas cidades não tinham uma vida urbana interna tão intensa como temos hoje, evidentemente. Entretanto, ninguém questiona que Jerusalém, a cidadela que foi conquistada pelo rei Davi, seja uma cidade; nem que Troia era uma cidade mesmo (aceita-se este conceito de "cidade" para estes casos muito normalmente; mas não para os aglomerados habitados de outros povos para além da bacia do Mediterrâneo onde se situa a origem da história ocidental).

Ruinas de uma antiga cidade em Israel. Pelas dimensões vistas a olho nu, é possível ver o tamanho da maioria das cidades do Mundo Antigo

A cidade do rei Davi, assim que o primeiro templo foi construído por seu filho Salomão. Ou seja, bem menor do que se imagina quando lemos a palavra "cidade" (e, no entanto, resistimos em conceber que nossos povos indígenas tinham também verdadeiras cidades). Portanto, é preciso não confundir a ideia atual que temos de cidade com o tamanho real das primeiras cidades na história de nosso mundo ocidental. A própria cidade de São Paulo, no começo dos anos 1600 não passava de dois mil habitantes e também era cercada, só que não por uma muralha de pedras, mas de troncos de árvores (aliás, como as aldeias tupis-guaranis).

O que seria uma "sociedade evoluída" é que é o problema. Esta expressão, mesmo que inconscientemente, vem carregada de preconceitos. Evoluída em relação à quê? É uma expressão que foi muito utilizada pela teoria do darwinismo social é, portanto, prefiro nem usá-la mais, para evitar preconceitos inúteis. Uso apenas a palavra história (porque a história tanto pode avançar nesta ou naquela direção, quanto regredir; já que não há uma lei evolucionista que a empurra inevitavelmente nesta ou naquela direção, como pensava o positivismo e as filosofias iluministas europeias).

Duas das mais famosas cidades da Grécia Antiga: Troia e Atenas. Não eram tão grandes como a atual Atenas, evidentemente e, comparando-se com as cidades atuais, poderiam ser classificadas como pequenos lugarejos (mas, no Brasil, não se costuma usar a palavra "aldeia" para os pequenos lugarejos que existem em Portugal; pelo menos lá usa-se a palavra aldeia sim, mas aqui, esta palavra fica restrita para indicar os lugares de moradia dos índios).

Acima temos o mapa da cidade colonial do Rio de Janeiro, que, é claro, era uma pequena parte da atual cidade, onde hoje situa-se o Paço Imperial e a Praça XV. Abaixo, vemos uma cidadezinha da Itália ainda existente, na região da Basilicata, Rotondela. Pelas dimensões e pela população, não é difícil perceber que as aldeias dos povos indígenas podem sim ser consideradas cidades (especialmente as que alcançaram até maiores proporções do que as da cidade do Rio de Janeiro nos primeiros séculos e esta cidade italiana atual.

Acima, um pequeno exemplo bem conhecido de uma das muitas cidades do Império Inca (com o qual nossos povos indígenas tinham contatos sim, através de suas estradas, como a do Peabiru).


Não se pode analisar a história humana, em qualquer de suas áreas, usando um conceito simplório como o de Maslou (isto é adequado para análises de administração de empresas, no contexto capitalista em que vivemos no atual século). Além disso, não foi ele quem inventou estes princípios, que podem ser encontrados desde os filósofos da Grécia Antiga. Portanto, infelizmente, não é um referencial conceitual muito sério para uma pesquisa mais aprofundada sobre a história.

Um dos princípios básicos da ciência moderna, em sua própria visão autocrítica de si mesma, é o que diz que o conhecimento sempre será parcial e provisório, já que a realidade é muito maior e mais complexa do que ele pode apreender. Isto quer dizer que, mesmo as ciências consideradas "exatas" não são tão "exatas" assim e não tão previsíveis. A física quântica lançou muita luz sobre o que consideram um de seus conceitos mais importantes, o "princípio da incerteza".


Escrita maia


Penso que o diálogo nos ajuda a pensar coletivamente. Este pensar coletivamente, no estágio atual do desenvolvimento da ciência universal (porque não podemos mais falar em ciência européia, nem norte americana, com tantos centros de pesquisa e formação científica espalhados por todos os continentes) não permite mais que se alimente o mito do "gênio" isolado que faz grandes descobertas. Hoje a conhecimento só avança mesmo em equipes e os cientistas mais comprometidos com o avanço da ciência tem um espírito generoso e aberto para trabalhar de modo coletivo e humilde, sabendo que cada um de nós, no máximo, pode apenas dar uma pequena contribuição para o avanço dos conhecimentos científicos (cada um em sua área, mas em diálogo respeitoso, mas problematizador, com outros pesquisadores de outras áreas). Ao dialogarmos uns com os outros, aprendemos elementos novos que não estariam presentes se apenas ficássemos pensando com nossos botões. Por isto é que faz parte da existência da própria ciência atual o buscar uma comunidade científica, dentro de certos parâmetros éticos e epistemológicos. A grande diferença do pensamento científico face ao pensamento religioso, por exemplo, é que a ciência nunca pretende dar a palavra final sobre o que quer que seja. Não há fim a busca pelo conhecimento e assim é que deve ser. Além disso, daqui há séculos, vão rir de nossos conhecimentos limitados sobre muitas coisas e de nossas convicções. Portanto, o mais importante é permanecer com a mente aberta, sabendo que cada um de nós tem parcelas de pequenas verdades que só se tornam verdades mais consistentes (mesmo que parciais e provisórias) quando nos juntamos em diálogo (a palavra dialética, na Grécia Antiga tinha exatamente este significado).


Alberto Nasiasene


Jaguariúna, 7 de julho de 2016

Aqui temos a famosa cidade onde surgiu nossa civilização ocidental, na Mesopotâmica, Ur. Era bem menor do que se imagina e cercada por muralhas de adobe, não de pedra (aliás, a pedra e a madeira eram matérias primas bem raras na Mesopotâmia).

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page