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A pedagogia da terra na Emef Raul Pila


Uma coisa é incluir um eixo temático supostamente ambientalista no projeto pedagógico da escola, sem nenhum senso crítico face aos modismos supostamente verdes (desde que tudo não passe de confecções de cartazes inócuos e que não se questione em nada as próprias práticas ambientais dentro da própria comunidade escolar, muito menos que se introduza conceitos ecológicos no manejo do próprio ambiente interno escolar). Outra coisa bem diferente é fazer deste eixo temático um programa concreto de aprendizagem que não só inclua o senso crítico quanto às questões ambientais internas, mas introduza também práticas saudáveis de manejo com a terra, a natureza interna e a flora e fauna que estão dentro de uma escola como a Emef Raul Pila.

Fotos: Alberto Nasiasene. 2011


Quando tiramos o tema ambiental do papel é que a vaca vai pro brejo... É o que aconteceu com nosso projeto de oficina do mais educação relativo não só à horta escolar, mas também ao manejo interno do meio ambiente da área da escola. Todo tipo de obstáculos vão surgindo, desde os que criticam a pedagogia que usa enxada, até aqueles em que se teme, supostamente, a infestação de insetos perniciosos para a saúde de nossos estudantes (claro, desde que tudo seja de plástico e que se use profusamente produtos químicos para a limpeza interna dos espaços escolares, mas mantendo tudo muito bonitinho em cartazes, pensa-se que se está cumprindo as leis que obrigam a inclusão da educação ambiental no currículo escolar).

Fotos: Alberto Nasiasene. 2011


A propósito, estes insetos são indicadores de que não estávamos usando agrotóxicos (e que os agrotóxicos, eles sim, são um grave perigo para o meio ambiente e para a saúde do homem). Portanto, enfrentar esta questão ambiental dentro das escolas não é nada fácil, porque, afinal, a escola é uma das instâncias sociais em que a sociedade dominante tenta se reproduzir e, se queremos enfrentar criticamente este reprodutivismo danoso, teremos que enfrentar o impacto das barreiras que se colocam contra a mudança da dinâmica da sociedade atual em nossa própria pele. O pior de tudo é te que enfrentar pessoas mesquinhas e autoritárias capazes de fazer tudo para sabotar um projeto pedagógico como este (até a velha tática das fofocas maldosas e golpes baixos).


Alberto Nasiasene


Jaguariúna, 31 de julho de 2014


Semeando História de Alberto Nasiasene é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil. Based on a work at semeandohistoria.com.

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