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O valor pedagógico da filmografia de Vladimir Carvalho


Uma das motivações que estão na base da filmografia de Vladimir Carvalho é a de dialogar com o ensino para atingir um público escolar que vai desde o ensino básico até o universitário. Mesmo que a sua obra cinematográfica não seja um tipo de documentário didático, ou uma pedagogia cinematográfica (ao contrário, é bem crítica em relação ao didatismo e avesso a uma pedagogia liberal alienante), é o tratamento cinedocumentário próprio que Vladimir lhe dá que confere a ela uma militância em prol do patrimônio histórico brasileiro entendido de uma maneira ampla (muito próxima, surpreendentemente, desde meados do século XX, portanto, este é um aspecto precursor da obra de Vladimir, à atual conceituação de patrimônio histórico do IPHAN). Isto quer dizer que a obra de Vladimir Carvalho é um conteúdo que pode ser muito bem aproveitado criticamente nas aulas de história, de geografia, português, artes, ou nas mais variadas formas interdisciplinares e projetos extra-curriculares de discussão sobre nossa identidade cultural, num ponto de vista paulofreireano de dialogia com a cultura popular Estas imagens que digitalizei são de uma programação que foi ao ar pela TV Escola.

Houve um cineasta anterior a Vladimir Carvalho que foi também um precursor não só do cinema novo brasileiro, como apontava Glauber Rocha, em seu livro Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, mas também do gênero documentário não-didático que dialogava com a educação brasileira. Estou falando de Humberto Mauro que dirigiu o Instituto Nacional de Cinema Educativo, ligado ao MEC e realizou, por meio do INCE, uma das mais férteis obras cinematográficas no Brasil, com mais de 300 filmes produzidos que são, ainda hoje, importantes fontes documentais sobre nosso patrimônio histórico. A obra de Vladimir também dialoga com a obra de Humberto Mauro e, como o mestre mais antigo, na primeira metade do século XX, a obra de Vladimir também é um grande marco de referência para nosso patrimônio artístico e histórico na segunda metade do século XX e início do século XXI, assim como foi a obra de Humberto Mauro para a primeira metade do século XX. Por isto mesmo é que é tão importante sua preservação para as gerações futuras.

Alberto Nasiasene

21 de fevereiro de 2010

Rota Mogiana de Alberto Nasiasene é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil.

Based on a work at www.rotamogiana.com.

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